segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O diploma não impede a liberdade de expressão do cidadão comum, inibe o exercício da profissão de jornalista por despreparados.

Quem argumenta contra o diploma de jornalista,
ou desconhece o que se aprende nas faculdades,
ou que o diploma não impede o acesso do cidadão comum à mídia para livre se expressar,
ou tem interesse em desprestigiar o jornalista como profissional,
ou ainda é jornalista que não cursou uma faculdade e se acredita prova de que o diploma é desnecessário. Ora, por melhores que estes sejam, seriam ainda melhores se tivessem feito o curso. Estudar é bom, acreditem.

A lei de imprensa continha aberrações do autoritarismo e ainda bem que acabou.
Mas continha também muitos pontos importantes de interesse à sociedade democrática.

Cabe ressaltar que não se impedia profissionais de abordar suas especialidades em meios de comunicação e nem se impedia ninguém de dar opiniões pessoais nas áreas destinadas a esse fim, o que hoje está bem mais facilitado pela internet. E ainda destaca-se que não se propõe que quem quiser se manifestar através de blogs e afins tenha que ter o diploma. Portanto, a liberdade de expressão sempre é respeitada ao se exigir o diploma. E é ainda mais valorizada quando existe a presença do jornalista preparado para que, quando solicitado, dê a opinião do cidadão comum a dimensão da melhor técnica da comunicação, tornado-a ainda mais poderosa e respeitada.

É preciso combater o sofisma de que a obrigatoriadade do diploma atenta contra a liberdade de expressão. Nunca é demais repetir. Todos podem ir a mídia para expressar o que quiser. O diploma é para quem quer exercer a profissão de jornalista.

Quando um despreparado se apodera da mídia, não caem pontes, nem morrem pacientes, mas podem ser geradas informações nefastas e preconceituosas que ajudam, aí sim, a danificar a democracia e a brotar o autoritarismo, como a história demonstra amplamente.

A ausência da exigência do diploma serviria aos empresários da comunicação pela desvalorização trabalhista de profissionais que vivem do jornalismo?

Estudar não faz mal para ninguém, acreditem. Que quem deseja fazer do jornalismo sua profissão faça a gentileza de cursar uma faculdade antes. Procurem saber quais as disciplinas que se aprendem em um curso superior de jornalismo e notarão que estarão mais preparados com o diploma. Não tenham ojeriza à exigência do diploma ou preguiça de estudar. E se já estão diplomados em outra área, mais sabem o valor que um curso superior tem como preparação para exercer uma profissão.

A sociedade sem hipocrisia agradece.

Portanto, reafirmo aqui: a liberdade de expressão e a responsabilidade editorial não estão ameaçadas pelo diploma e nem embaraçadas. Ao contrário, o jornalista diplomado torna a comunicação que lhe chega do cidadão ainda mais poderosa por estar preparado para isso. Ninguém está impedido de dar a opinião que quiser por causa da exigência de diploma. O exercício do jornalismo como profissão é que é realizado de forma mais eficiente com um preparo acadêmico, e isso só tem a fortalecer as instituições democráticas. Defender o contrário, a que atende? Gente, vamos estudar! Vamos respeitar quem quer por vocação fazer jornalismo por profissão.

As garantias de uma profissão regulamentada que exija diploma dá ao jornalista maior autonomia para exercer sua profissão na plenitude e defender a liberdade de imprensa.

Agora estão falando de autoregulamenação. Seria aos moldes do Conar? Frequentemente o órgão somente consegue retirar uma publicidade inadequada depois dela ter sida amplamente veiculada e quando finalmente o faz, acaba por promover ainda mais o indesejado.

E quando advogados que se fazem de jornalistas, ou advogados de empresas jornalísticas, resolvem defender a liberdade de expressão e argumentam contra a exigência do diploma, é muito interessante. Em alguns casos, o próprio estilo de oratória ou texto que utilizam, rebuscado, enfeitado, acessível a poucos, é prova de que precisariam ter cursado uma faculdade de comunicação antes de tentarem fazer jornalismo. Está inserido no estilo de sua própria argumentação a contradição do que defendem.

Portanto, o diploma é para quem for ganhar o pão através do jornalismo, fazer do jornalismo sua profissão e não para todos que quiserem se expressar.

Copiem os links dos comentários e colem no navegador para mais sobre diploma de jornalismo.


Marcelo Nicolósi
Jornalista Profissional Diplomado.

10 comentários:

  1. http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/08/25/imprensa37688.shtml

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  2. http://www.informes.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4636:jornalistas-fazem-encontro-nacional-e-pedem-volta-do-diploma-&catid=1:latest-news&Itemid=108

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  3. 34º Congresso Nacional 23/08/2010 | 02:38
    Jornalistas reafirmam defesa do diploma e decisão de não sindicalizar não diplomados.

    http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=3154

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  4. o poderoso bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, tem sido citado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) como beneficiário da maligna decisão do Supremo Tribunal Federal de derrubar o diploma de jornalista como exigência para o exercício da profissão

    http://tomandonacuia.blogspot.com/2010/08/capitulacao-ideologica-no-jornalismo.html

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  5. A quem não interessa o diploma de jornalismo?

    O diploma não impede a liberdade de expressão do cidadão comum, impede o exercício da profissão de jornalista por despreparados.

    http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/jornalista-precisa-diploma/artigo/quem-nao-interessa-diploma-jornalismo/14189

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  6. Jornalistas reafirmam defesa do diploma e decisão de não sindicalizar não diplomados
    34º Congresso Nacional dos Jornalistas
    Jornalistas reafirmam defesa do diploma e decisão de não sindicalizar não diplomados.

    Carta de Porto Alegre
    Os jornalistas brasileiros, reunidos em seu 34º Congresso Nacional, realizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, de 18 a 22 de agosto de 2010, dirigem-se à Nação Brasileira para reafirmar a defesa do Jornalismo como bem público essencial à democracia e a defesa dos jornalistas como categoria profissional responsável pela efetiva produção jornalística, dentro do princípio do direito da sociedade à informação.

    http://migre.me/17obP

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  7. MOVIMENTO PATRONAL
    E agora, não é censura?

    Por Rogério Christofoletti em 24/8/2010
    Reproduzido do blog do autor, 22/8/ 2010

    O 8º Congresso Brasileiro de Jornais terminou na semana passada com a sinalização de que a entidade maior do setor, a ANJ, criará até o final do ano um conselho de autorregulamentação. Segundo a presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, o órgão deve ter sete integrantes e vai se ocupar da aplicação do código de ética da entidade. A notícia faz lembrar a ruidosa discussão de seis anos atrás, quando a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) defendeu a criação de um Conselho Federal de Jornalistas.

    http://migre.me/17Ac3

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  8. Alemanha aprova projeto de lei que fortalece liberdade de imprensa no país

    Redação Portal IMPRENSA
    Agência Brasil
    Angela Merkel

    A chanceler alemã Angela Merkel aprovou, na última quinta-feira (26), um projeto de lei que tem como objetivo proteger os jornalistas e fortalecer a liberdade de imprensa na Alemanha.

    Segundo o Jornal de Notícias, o diploma de jornalista no país prevê que os profissionais não possam ser investigados ou punidos caso publiquem reportagens que usem informações privilegiadas.

    http://migre.me/17Ddi

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  9. O extermínio do diploma de Jornalismo e a norma de fantasia do Supremo Tribunal

    * João dos Passos Martins Neto

    http://bit.ly/d641d2

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  10. Tenho esperança de que esse pesadelo da extinção do diploma para o exercício do Jornalismo passe o mais rápido possível. É inconcebível uma atitude dessa no mundo atual.

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